Cadê a primavera?
A neblina está tão densa, não da para acreditar que estamos no início da primavera.
A primavera está com ares de inverno.
Pegar a câmera e fotografar com chuviscos e frio não me parece bem inusitado na estação mais florida, banhada pela luz mágica, cheiros adocicados pelo ar, rios prateados pelo sol a correm translúcidos que me fazem ter conforto de espírito e contentamento infantil.
Faz dias a inconstância entre essa dupla frio/chuva persistem e a falta dos pelegos recolhidos pelo final da estação invernal sobre os sofás é bem desconfortável, acender fogão a lenha ou a lareira são caminhos certeiros para espantar o frio reinante por aqui.
Aprecio todas as estações do ano e suas belezas que transformam serra, florestas, campos e vales, mas devo confessar o final do inverno vai me esgotando pelo acolhimento forçado do ritmos naturais do sul.
Contudo, como diz tão elegante escritor Luiz Fernando Veríssimo:
“ O outono é a única estação civilizada. A primavera é um descontrole glandular da Natureza. O inverno é o preço que a gente paga para ter o outono, e por isso está perdoado!”